quarta-feira, 14 de maio de 2008

Um amor (fracassado) e o cigarro, É tudo o que me resta.





Meu amor escorre pelos poros,
Incessante e molhado,
Mas hoje, com um cheiro agridoce
Da perda.
Ela é compensada com minhas baforadas de cigarro;
Fechado no meu casulo,
Na escuridão da desilusão,
No breu que se tornou minha vida.
Os percalços no caminho me fizeram fraquejar.
O amor me pareceu etéreo
E me deu coragem para decolar
Num vôo cego.
Evidentemente não consegui decolar;
E do alto da minha arrogância,
Comecei a cair
E me destrocei no chão da mágoa.
Ego partido,
Parti para o desespero,
Colocando tudo a perder.
Destempero de Homem-pássaro ferido.
Recomposto,
Só consigo sentir o cheiro agridoce
Do meu amor,
Que não quer cessar.
O odor me remete aos meus erros;
Ao que perdi
Quando alcei o vôo cego,
Acreditando que buscava minha felicidade.
A felicidade ficou para trás,
Do alto da onde saltei,
E me deu as costas;
Não consego mais amar.
Coração partido,
Reminiscências,
O amor e o cigarro,
É tudo o que me resta.

                                           Nuno Spencer

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